Lei Seca reduz em 55% vítimas em São Paulo




Lei Seca reduz em 55% vítimas em São Paulo




A Lei Seca, que pune quem dirige embriagado, já reduziu em 55% o número de vítimas de acidentes de trânsito na capital paulista, durante os fins de semana. O levantamento é da Secretaria estadual de Saúde e foi feito com base em relatórios de três dos principais hospitais de São Paulo especializados no atendimento a traumas. Um balanço feito pela polícia entre a noite de sexta-feira e a madrugada de segunda-feira mostrou que 56 motoristas foram multados e 21 foram presos após o teste do bafômetro.

No último fim de semana, foram atendidas 51 vítimas de acidentes de trânsito. No primeiro fim de semana de vigência da nova legislação, o penúltimo do mês de junho, esses hospitais fizeram 114 atendimentos. Entre os dias 27 a 29, foram 92 atendimentos.

No Hospital do Mandaqui, na Zona Norte, foram 15 pacientes vítimas de acidentes no último fim de semana. No anterior, foram 42 e, no primeiro fim de semana após a lei, 45. No Hospital Regional Sul, em Santo Amaro, Zona Sul, foram realizados apenas nove atendimentos a vítimas de acidentes neste fim de semana, contra 26 no anterior e 36 no penúltimo fim de semana de junho.



Outros estados já registraram redução

O Hospital das Clínicas atendeu 27 pacientes no fim de semana passado. O número foi maior do que os 24 atendimentos do fim de semana anterior, mas ainda inferior aos 33 registrados entre os dias 20 e 22 de junho. Nos dias 13 a 15 de junho, o HC havia atendido 38 pessoas por acidente.

Para o secretário de Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, os dados indicam que de fato a ingestão de álcool era fator preponderante para os acidentes de trânsito, principalmente nos fins de semana.

Outros estados também já registraram redução de acidentes. Em Goiânia, no fim de semana passado, o Hospital de Urgências (o mais importante do estado) registrou queda de 277 para 211 atendimentos. Na Bahia, onde a PM está fazendo rigorosa fiscalização da Lei Seca, os hospitais ainda não fecharam os números mas já confirmam redução de atendimentos de vítimas de acidentes de trânsito.



São Paulo vai investir R$2,6 milhões em bafômetros

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou ontem que até o final do ano R$2,6 milhões serão investidos na compra de 400 bafômetros, para que a PM possa fiscalizar se motoristas estão dirigindo embriagados. Do total dos novos equipamentos, 298 serão destinados a cidades do interior do estado. E 102 bafômetros serão utilizados para reforçar a fiscalização da PM na capital. Atualmente, a PM conta com 51 equipamentos para fiscalizar a cidade de São Paulo.

No último domingo, o jornal "Diário de S.Paulo" verificou que fora da capital e das rodovias, as blitzes policiais não são feitas por falta de aparelhos. O jornal perguntou à PM, por telefone e e-mail, como vem ocorrendo a fiscalização em algumas grandes cidades do estado - Campinas, São José dos Campos, Sorocaba, Ribeirão Preto, Santos e São José dos Rio Preto -, desde a entrada em vigor da Lei Seca. A PM não respondeu.

Os aparelhos estão sendo usados pelas polícias para verificar se os motoristas estão dirigindo alcoolizados. Segundo a nova Lei 11.705, de 20 de junho, que altera o Código de Trânsito Brasileiro, o limite é de 0,3 mg de álcool por litro de ar expelido no bafômetro. Quem for pego dirigindo após beber, terá de pagar multa de R$957,70 e perderá a carteira por um ano.

Quem estiver com mais de 0,3 mg de álcool, além de pagar a multa, corre o risco de responder por crime, com pena que varia de 6 meses a 3 anos de prisão. O motorista só poderá responder em liberdade após pagar uma fiança que varia de R$300 a R$1.200. O valor exato é decidido pelo delegado.

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