Dinheiro da CIA abasteceu o Cebrap de FHC, revelam livros




Dinheiro da CIA abasteceu o Cebrap de FHC, revelam livros

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Publicado: 12/02/2008 - 09:27
Por: HP

O jornalista Sebastião Nery revelou, em sua coluna na Tribuna da Imprensa, como recursos milionários da CIA abasteceram o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) , criado por Fernando Henrique Cardoso, em 1969. Isto ocorreu, segundo Nery, através da injeção de dinheiro da Fundação Ford - agora desmascarada como fachada da CIA.

As informações estão no livro "Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível", da jornalista francesa Brigitte Hersant Leoni (Editora Nova Fronteira, Rio, 1997, tradução de Dora Rocha). "Numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Peter Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de 145 mil dólares. Nascia o Cebrap", diz o livro.

Agora, completando as informações da jornalista francesa, um outro livro de 550 páginas, lançado no Brasil, com o título "Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultura", revela que a Fundação Ford não passava de um disfarce da CIA para encobrir sua atuação em todo o mundo. O livro da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders (editado no Brasil pela Record, tradução de Vera Ribeiro) mostra que os US$ 145 mil entregues pela Fundação Ford a FHC, em 1969, pertenciam à agência de espionagem norte-americana.

Segundo o livro, a chegada de John McCloy à presidência da Fundação Ford, em 1953, viabilizou a ligação indissolúvel entre a Ford e a CIA – a ponto de a Ford ter uma "unidade administrativa para gerir os pedidos da CIA". McCloy foi presidente do Chase Manhattan Bank e, portanto, "empregado" dos Rockefeller.

No Brasil a Fundação Ford/CIA decidiu despejar o seu dinheiro nas mãos de Fernando Henrique Cardoso porque eles já conheciam as suas "teses". Com o economista chileno Enzo Faletto, FHC havia acabado de lançar o livro "Dependência e desenvolvimento na América Latina", onde defendia que países como o Brasil, só poderiam se desenvolver mantendo a dependência econômica aos EUA.

Com a associação entre Cebrap e a Fundação Ford, Fernando Henrique passou a ser badalado como uma "personalidade internacional" e passou a dar "aulas" e fazer "conferências" em universidades norte-americanas e européias. Ele era conhecido como o "homem da Fundação Ford". Calcula-se que o total de recursos injetados pela CIA no Cebrap chegou a US$ 1 milhão. "Não conseguíamos gastar tudo. Lembro-me de ter encontrado o tesoureiro. Santo Deus, disse eu, como podemos gastar isso? Não havia limites, ninguém tinha que prestar contas. Era impressionante" , mostra relato de Brigitte Leoni (pág. 123).

A CIA, acrescenta a escritora Frances Saunders, considerava que entidades como a Fundação Ford eram o tipo mais plausível de disfarce para seus financiamentos. .. "permitiu que ela financiasse um leque aparentemente ilimitado de programas secretos de ação que afetavam grupos de jovens, sindicatos de trabalhadores, universidades, editoras e outras instituições privadas" (pág. 153).

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