A Noite que se apaixonou pelo Dia
A Noite que se apaixonou pelo Dia
Numa dessas histórias que só o amor explica
A Noite se apaixonou pelo Dia
E sempre que tentava do Dia se aproximar
O Dia de pronto partia
Deixando a Noite cheia de saudade
Esperando que pela manhã o Dia voltasse
Mas daí, era ela quem sumia
E assim passou-se um tempo
A Noite sempre um passo no encalço do Dia
O Dia sempre um passo adiante da Noite
A Noite, como toda natureza feminina, tinha urgência
E ansiosa queria à todo custo, ao menos, à distância ver o Dia
E sem que percebesse foi ficando mais curta
Para que o Dia durasse mais um pouco
E foi assim, do amor da Noite pelo Dia
Que surgiu a Primavera
Que pra deixar o Dia ainda mais bonito
Cobriu-o inteiro de flores coloridas
E o amor da Noite só fazia aumentar...
Suspirava a Noite uma leve brisa
De forma que o Dia passou a notá-la
e aos poucos também o Dia pela Noite se enamorou
E, apaixonado, passou a brilhar cada vez mais forte
E assim surgiu o Verão.
Estavam ambos apaixonados um pelo outro
O Dia raiava com intensa emoção
A Noite retribuía, vestida com as mais belas estrelas
E o amor espalhava-se por toda a terra e corações
E como num milagre, de tanto se desejarem
O Dia e a Noite enfim se encontraram
E trocaram um beijo apaixonado
E assim surgiu o eclipse
Mas, apesar de eterno,
não foi um beijo demorado e antes que dessem por si
Já estavam novamente separados
Novamente distantes,
Dia e noite viraram errantes
E aos poucos a melancolia foi tomando conta de ambos
As flores murchavam, as folhas caiam
E assim, surgiu o outono
E de tanto acostumarem-se a tristeza
entregues à certeza da fatal separação
O Dia foi perdendo seu calor,
A Noite ficando cada vez mais espessa
E a vida toda esfriou
E a morte rondou pelas redondezas
Já não se viam mais flores
O frio congelou até o rio de valentes correntezas
E o pouco de vida se escondeu dentro das casas
E o amor foi se encolhendo de frio, mirradinho
e lá no fundo do coração, o último lugar quentinho
Foi fazer morada
E assim sugiu o Inverno
E quando tudo parecia perdido
E o Dia achou perdida pra sempre sua namorada
A noite que andava errante pela estrada
Deu de cara com o Dia num fim de tarde
E a partir de então
Em todo crepúsculo e amanhecer
Os amantes Dia e Noite se encontram
Trocam carinhos, abraços
E num beijo se despedem até o novo dia
As vezes brigam, noutras reconciliação
E assim, surgiram as estações
E as mudanças de clima fora de época
E o Amor sempre está lá
Resistindo à todas as intempéries e humores
Porque o amor é assim
Liga que une o que a razão deu por vencido
(Frank Maciel)
Numa dessas histórias que só o amor explica
A Noite se apaixonou pelo Dia
E sempre que tentava do Dia se aproximar
O Dia de pronto partia
Deixando a Noite cheia de saudade
Esperando que pela manhã o Dia voltasse
Mas daí, era ela quem sumia
E assim passou-se um tempo
A Noite sempre um passo no encalço do Dia
O Dia sempre um passo adiante da Noite
A Noite, como toda natureza feminina, tinha urgência
E ansiosa queria à todo custo, ao menos, à distância ver o Dia
E sem que percebesse foi ficando mais curta
Para que o Dia durasse mais um pouco
E foi assim, do amor da Noite pelo Dia
Que surgiu a Primavera
Que pra deixar o Dia ainda mais bonito
Cobriu-o inteiro de flores coloridas
E o amor da Noite só fazia aumentar...
Suspirava a Noite uma leve brisa
De forma que o Dia passou a notá-la
e aos poucos também o Dia pela Noite se enamorou
E, apaixonado, passou a brilhar cada vez mais forte
E assim surgiu o Verão.
Estavam ambos apaixonados um pelo outro
O Dia raiava com intensa emoção
A Noite retribuía, vestida com as mais belas estrelas
E o amor espalhava-se por toda a terra e corações
E como num milagre, de tanto se desejarem
O Dia e a Noite enfim se encontraram
E trocaram um beijo apaixonado
E assim surgiu o eclipse
Mas, apesar de eterno,
não foi um beijo demorado e antes que dessem por si
Já estavam novamente separados
Novamente distantes,
Dia e noite viraram errantes
E aos poucos a melancolia foi tomando conta de ambos
As flores murchavam, as folhas caiam
E assim, surgiu o outono
E de tanto acostumarem-se a tristeza
entregues à certeza da fatal separação
O Dia foi perdendo seu calor,
A Noite ficando cada vez mais espessa
E a vida toda esfriou
E a morte rondou pelas redondezas
Já não se viam mais flores
O frio congelou até o rio de valentes correntezas
E o pouco de vida se escondeu dentro das casas
E o amor foi se encolhendo de frio, mirradinho
e lá no fundo do coração, o último lugar quentinho
Foi fazer morada
E assim sugiu o Inverno
E quando tudo parecia perdido
E o Dia achou perdida pra sempre sua namorada
A noite que andava errante pela estrada
Deu de cara com o Dia num fim de tarde
E a partir de então
Em todo crepúsculo e amanhecer
Os amantes Dia e Noite se encontram
Trocam carinhos, abraços
E num beijo se despedem até o novo dia
As vezes brigam, noutras reconciliação
E assim, surgiram as estações
E as mudanças de clima fora de época
E o Amor sempre está lá
Resistindo à todas as intempéries e humores
Porque o amor é assim
Liga que une o que a razão deu por vencido
(Frank Maciel)
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