Como se mata um grande amor
Como se mata um grande amor
É tão triste quando até as dúvidas não restam
E a dura e implacável realidade dos fatos
Impõem-se absoluta, desmanchando as cores do sonho
Matando as flores
E a terra que era tão terna e acolhedora
Passa a conhecer o frio e aos poucos se torna estéril
É tão doloroso descobrir que o amor não passou de quimera
Caindo num lapso feito uma tempestade que arrasou com tudo
e cobriu de vez o céu azul e bonito sob os quais foram feitos tantos planos
É tão difícil levantar, buscar e descobrir que tudo não passou de ilusão
Os beijos, os abraços, as juras e promessas eternas
Tudo um gesto ensaiado, tudo uma armadilha
E que por mais se queira negar os fatos
O sol veio e revelou as pegadas da cruel traição
É tão inútil manter viva a esperança
Lançar os olhos em direção à ela e não mais enxergá-la
E assim, de traição em traição, de golpe em golpe
O amor que foi tão grande e profundo,
Agonizante
Morre
Não sem deixar uma última dor molhada
que escorre pelas beiras da alma
E vai dar em nada
Frank Maciel
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