A Epidemia do Crack
A Epidemia do Crack
A série “ A Epidemia do Crack” veiculada pelo Valeparaibano durante toda essa semana é mais uma demonstração do compromisso deste importante jornal frente aos grandes problemas atuais de nossa sociedade.
Mais que o elevado índice de usuários detectados no município (1,5%, maior que muitas regiões metropolitanas), o crack compromete, por meio de suas muitas ramificações, a qualidade de vida de toda a sociedade, desde as famílias que tem suas vidas viradas de ponta cabeça do dia pra noite, ao cidadão comum que torna-se refém do aumento vertiginoso da violência e da criminalidade ligada ao crack como o aumento de furtos, assaltos, homicídios, prostituição, extorsões e tráfico que, numa análise mais ampliada, aumenta o custo de vida na cidade, como por exemplo o valor de seguros de carros e casas e o repasse ao preço das mercadorias dos custos com segurança.
Entretanto, as respostas apresentadas pelo poder poder público são tímidas e omissas, em geral, girando na vala comum da repressão ao tráfico, culpabilização do usuário e criminalização da pobreza, o que, não só não resolve o problema, como o intensifica.
A raiz do crack desde seu surgimento nos anos 80 sempre foi social e nenhuma ação que não tenha o social como foco principal terá sucesso com o crack.
Um outro ponto importante é em relação à ausência de uma política eficaz de prevenção que identifique e intervenha sobre os primeiros contatos com drogas, como álcool e maconha, evitando assim que o problema se agrave, desembocando no crack, ou seja, ninguém cai no crack da noite para o dia, é um processo identificável e de fácil intervenção.
No início de janeiro deste ano, entregamos ao prefeito, câmara e toda a sociedade um relatório minucioso, fruto de 3 anos de trabalho intenso que identifica a realidade municipal, suas deficiências e acertos e, principalmente, aponta ações para solucionar os graves problemas enfrentados pelo município em relação ás drogas. São ações concretas, executáveis e coordenadas, em geral, baixo custo para os cofre públicos mas de grande impacto para solucionar esse verdadeiro câncer em nosso município, todavia, seis meses depois de entregue, o que vemos, além da inércia, é justamente a radicalização de práticas condenadas no relatório por serem caras e não apresentarem resultados.
Não é com discursos, peças de marketing e retórica que vamos resolver esse gravíssimo problema das drogas em São José dos Campos, mas com ações efetivas e coordenadas, que envolvam, engajem e respeitem todo cidadão, por mais humilde que seja, e não esse jogo conhecido de falsa representatividade que mantem discussões importantes como essa das drogas, restritas às paredes de fóruns e a burocracia conhecida. O problema das drogas é real e precisa de ações enérgicas.
Josias Franklin Maciel
Cientista Social
Pres. Adeqi (Associação dos Profissionais e Entidades de Tratamento à Dependência Química)
Ex Pres. Comad São José dos Campos
Comentários
Mas espero que as suas sugestões sejam aplicadas!
Abraços!
Coisa que nem no apice do nazismo vimos como perseguiçoes e afins eh hora de dar um basta nisso
Coisa que nem no apice do nazismo vimos como perseguiçoes e afins eh hora de dar um basta nisso