Guarda-chuva pra candidato profissional


Guarda-chuva pra candidato profissional

O Jornal ValeParaibano mais uma vez presta relevante serviço público ao denunciar o loteamento de cargos promovido pela administração municipal, prática que desequilibra as disputas eleitorais e, principalmente, prejudica a qualidade dos serviços prestados à população.


Dando os devidos nomes aos bois, o jornal acaba por revelar a identidade de outro personagem cada vez mais comum na corroída política regional: o candidato profissional.

O candidato profissional é aquele que toda a eleição se lança candidato mesmo sabendo de antemão que não reúne a menor condição de se eleger mas que assim procede para com seu pequeno lastro eleitoral ocupar cargos públicos que, na grande maioria das vezes, não possui competência técnica para tal. Se observarmos a relação publicada isso fica evidente.


O pior é o objetivo final desta prática: Burlar e manipular o eleitor leigo para indiretamente manter no poder através do voto do mesmo, justamente aqueles que com seu voto de renovação, o eleitor pretendia alterar pela péssima atuação como legislador. Assim, em função das regras de eleição proporcional, o eleitor de boa-fé vota nesses candidatos profissionais com a esperança de renovar a câmara de vereador mas seu voto vai servir justamente para confirmar indiretamente no cargo aquele vereador cujo desempenho ficou muito aquém das expectativas, pois o voto de seu candidato derrotado vai somar com outros para eleger o vereador do partido. Isso explica porque 70% do eleitorado votou pela renovação mas a câmara reelegeu 90% dos seus quadros.


Outro efeito hediondo deste loteamento de cargos é o esvaziamento ideológico dos partidos, que abrem mão de discutirem novos projetos alternativos para o município em troca da comodidade de ocupar cargos públicos na administração.


Por fim, faço uma sugestão ao jornal: realizar algumas incertas no local de trabalho destes “técnicos” essenciais à administração para verificar se realmente são imprescindíveis e que projetos relevantes cada um está tocando, só assim teremos a convicção se realmente eram necessários ou se são simplesmente cabos eleitorais de luxo cujo finalidade principal é sufocar insatisfações populares contra o governo durante os 3 anos e meio que lá ficam lotados até a próxima eleição.


Pena que este guarda-chuva só guarde quem já estava de roupa seca e deixe os quase 10 mil novos desempregados da cidade em 2009 debaixo de chuva.


Franklin Maciel

Abaixo a matéria do Valeparaíbano

Cabine tucano abriga derrotados nas urnas

Em S. José, mais de 10% dos aliados que não conseguiram se eleger em outubro já têm vaga no governo do PSDB São José dos Campos
Cláudio César de Souza

Seis meses após as eleições, pelo menos 26 dos 219 candidatos a vereador da coligação governista derrotados (11,8% do total) já encontraram abrigo na administração de Eduardo Cury (PSDB) em São José dos Campos.

O político tucano foi reeleito em 5 de outubro último com o apoio de 15 partidos. Além do PSDB, integram o bloco aliado PSB, PPS, PR, DEM, PV, PHS, PDT, PTB, PSDC, PRB, PRTB, PSL, PTdoB e PSC.

O 'guarda-chuva' de Cury para os derrotados, no entanto, abrange apenas PSDB, PSB, PR, PV, DEM, PPS e PHS.

No total, a coligação governista 'São José no Rumo Certo' teve 236 candidatos, garantindo ao prefeito maioria folgada na Câmara --dos 21 vereadores da cidade, 17 fazem parte da bancada de sustentação.

Na divisão dos cargos comissionados para os candidatos a vereador barrados nas urnas, o PSDB ficou com a maior fatia --6 dos 26 cargos comissionados.

O PR conquistou 5 vagas, o PSB e o PPS têm 4 cada, o PV e o DEM abocanharam 3 cargos cada e o PHS ficou com 1 (veja quadro nesta página).

O levantamento foi feito pelo valeparaibano tendo como fonte os boletins oficiais do município publicados desde 1º de janeiro último, quando Cury iniciou seu segundo mandato.

Como os cargos de confiança da Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza), Fundação Cultural Cassiano Ricardo e Urbam (Urbanizadora Municipal S/A) não são relacionados nos boletins, a lista pode ser ainda maior.

O caso mais emblemático é o do ex-vereador José Luís Nunes (DEM), que foi indicado por Cury para ser o titular da nova Secretaria de Relações do Trabalho.

Apesar de ter conquistado 5.442 votos na disputa por vagas na Câmara no pleito de outubro, ele não foi reeleito.

Já o médico Roniel Santos (PR), que é funcionário de carreira, foi alçado ao posto de presidente da Fundhas (Fundação Hélio Augusto de Souza) --ele teve 2.542 votos na última eleição.

O loteamento de cargos é uma prática recorrentes nos governos do PSDB desde 1997, durante a primeira gestão de Emanuel Fernandes (PSDB), e é alvo constante de críticas do PT e do PSTU, principais partidos de oposição da cidade.

PERFIL TÉCNICO - Entre cargos de confiança de primeiro, segundo e terceiro escalões, estima-se que são cerca de 400 na prefeitura.

Comentários

Anónimo disse…
E agora mais uma no guarda-chuva a mulher do ex candidato Cyborg tbem sta na Fundhas no cargo de assessora de eventos no lugar de Isa Bevilacqua q vai para F.Cultural é mole ou quer mais.