Mulheres de renda alta buscam SUS contra alcoolismo
Mulheres de renda alta buscam SUS contra alcoolismo
Cada vez mais mulheres de famílias com renda mais alta estão recorrendo em São Paulo ao Sistema Único de Saúde (SUS) em busca de tratamento para o alcoolismo. Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde mostra que, entre 2006 e 2008, cresceram em 28,8% os atendimentos de mulheres com um perfil diferente do registrado antes. Em geral, elas têm diploma universitário, trabalham em um bom emprego e a renda familiar mensal é superior a 15 salários mínimos, o que corresponde atualmente a mais de R$ 7.000.
"Elas têm mais acesso à informação, então conseguem identificar os locais onde é oferecido tratamento especializado, como hospitais universitários", explica Mônica Zilberman, especialista da Universidade de São Paulo (USP) em alcoolismo feminino. "Mas também tenho a impressão de que, em parte, a procura na rede pública é pela vergonha de recorrer ao médico particular e ter de assumir para a família que tem o problema. É como se o serviço público preservasse a privacidade delas", completa.
Há dois anos, 13% das consultas em serviços públicos de tratamento do alcoolismo feminino eram de mulheres com boas condições financeiras. Hoje, são 16,1%. Esse avanço é acompanhado por um aumento da participação das mulheres - de todas as classes sociais - nas estatísticas da dependência do álcool. Em 2008, a cada dia oito mulheres chegaram aos hospitais públicos tentando livrar-se do vício. O universo de 2.942 mulheres atendidas representa um aumento de 8% em relação a 2006.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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