A vida é ou não é um direito inalienável?
*Franklin Maciel
Toda essa questão sobre o desarmamento civil, mais do que uma discussão sobre a violência deveria ser um grande debate sobre: Qual o real valor da vida para o povo brasileiro e que espécie de nação queremos criar? Argumentos como: o direito de defesa, são frágeis e perigosos à medida retiram do Estado e da Lei a obrigação pela segurança e bem-estar social, delegando ao indivíduo comum, uma espécie de salvo-conduto à execução capital; Temos o direito de defesa ou o dever de não agredir? E ainda, como saber, na sociedade em estamos inseridos, quem agrediu primeiro? O bandido que nos aborda sob ameaça da perda da vida ou a sociedade desigual que cerceia-lhe condições mínimas de igualdade no acesso, sejam eles materiais ou culturais, deixando-o à margem e sob estímulo e pressão constante no anseio à um mínimo de dignidade social? Quem está se defendendo de quem? Quem está agredindo quem?
Entidades religiosas e segmentos tradicionalistas da sociedade são unânimes na repressão não só abortos, mas de métodos contraceptivos, entretanto, nada fazem pra atenuar o abismo social vigente, pautando-se por iniciativas assistencialistas e, não raro, condicionamento doutrinário, o que acarreta numa aceitação e passividade ante a desigualdade, este sim, foco principal de estímulo à violência.
Uma sociedade organizada e justa, não necessidade municiar seus cidadãos com armas, pois para isso estes possuem a Lei, ou seja, o que precisamos urgentemente é fazer com que os mecanismos legais funcionem, que a Lei seja cumprida dentro de prazos aceitáveis e morais, não desse Estado de fachada pernicioso, que permite à infratores de todas as ordens, principalmente os de larga escala, esconderem-se sobre os meandros infindos dos tribunais.
Este referendo, mais do que uma ação efetiva, ele é crucial porque simboliza um paradigma dentro da sociedade brasileira sobre o direito e promoção da vida, trazendo em seu rastro um repensar social e uma necessidade urgente de diminuição das desigualdades de condições de acesso à todos. Aceitar e referendar a tese absurda do maniqueísmo social de que os ditos “cidadão de bem” possuem o direito é possuir armas de fogo, à título de se defender, é institucionalizar no país a segregação velada que com a qual hoje vivemos, criando cidadãos de primeira, segunda, terceira ordens... Devemos criar condições à todos, criar um Estado que tenha por principio, a vida em todas as esferas, e não esse Estado subserviente ao patrimônio.
Ninguém possui o direito sobre a vida alheia, seja ele “bandido” ou “homem de bem”, como disse Jesus Cristo: “Quem vive pela espada, morre pela espada”.
Talvez sejamos só uma gota no oceano, mas é de gota em gota que transborda o copo.
*Franklin Maciel
Toda essa questão sobre o desarmamento civil, mais do que uma discussão sobre a violência deveria ser um grande debate sobre: Qual o real valor da vida para o povo brasileiro e que espécie de nação queremos criar? Argumentos como: o direito de defesa, são frágeis e perigosos à medida retiram do Estado e da Lei a obrigação pela segurança e bem-estar social, delegando ao indivíduo comum, uma espécie de salvo-conduto à execução capital; Temos o direito de defesa ou o dever de não agredir? E ainda, como saber, na sociedade em estamos inseridos, quem agrediu primeiro? O bandido que nos aborda sob ameaça da perda da vida ou a sociedade desigual que cerceia-lhe condições mínimas de igualdade no acesso, sejam eles materiais ou culturais, deixando-o à margem e sob estímulo e pressão constante no anseio à um mínimo de dignidade social? Quem está se defendendo de quem? Quem está agredindo quem?
Entidades religiosas e segmentos tradicionalistas da sociedade são unânimes na repressão não só abortos, mas de métodos contraceptivos, entretanto, nada fazem pra atenuar o abismo social vigente, pautando-se por iniciativas assistencialistas e, não raro, condicionamento doutrinário, o que acarreta numa aceitação e passividade ante a desigualdade, este sim, foco principal de estímulo à violência.
Uma sociedade organizada e justa, não necessidade municiar seus cidadãos com armas, pois para isso estes possuem a Lei, ou seja, o que precisamos urgentemente é fazer com que os mecanismos legais funcionem, que a Lei seja cumprida dentro de prazos aceitáveis e morais, não desse Estado de fachada pernicioso, que permite à infratores de todas as ordens, principalmente os de larga escala, esconderem-se sobre os meandros infindos dos tribunais.
Este referendo, mais do que uma ação efetiva, ele é crucial porque simboliza um paradigma dentro da sociedade brasileira sobre o direito e promoção da vida, trazendo em seu rastro um repensar social e uma necessidade urgente de diminuição das desigualdades de condições de acesso à todos. Aceitar e referendar a tese absurda do maniqueísmo social de que os ditos “cidadão de bem” possuem o direito é possuir armas de fogo, à título de se defender, é institucionalizar no país a segregação velada que com a qual hoje vivemos, criando cidadãos de primeira, segunda, terceira ordens... Devemos criar condições à todos, criar um Estado que tenha por principio, a vida em todas as esferas, e não esse Estado subserviente ao patrimônio.
Ninguém possui o direito sobre a vida alheia, seja ele “bandido” ou “homem de bem”, como disse Jesus Cristo: “Quem vive pela espada, morre pela espada”.
Talvez sejamos só uma gota no oceano, mas é de gota em gota que transborda o copo.
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