A grande ausência dessas eleições
* Franklin Maciel

Muito além de cadeiras vazias em debates, a grande ausência observada não só em relação à disputa pelos cargos majoritários (presidente, senador, governador), mas também nas disputas proporcionais (deputados federal e estadual) foi a quase total falta de propostas, alternativas para melhorar de forma substancial a qualidade de vida no país. Os candidatos mais experientes desfilando currículos e um rosário de realizações, os novatos reinventando estratégias de marketing duvidosas e tudo, tudo muito genérico na hora de propor algo novo, tudo na base do “vou melhorar a segurança, a saúde” “vou trazer mais recursos pra isso e pr’aquilo”, como se bastasse dinheiro e boa vontade para resolver os problemas, (não a toa, as políticas de segurança pública, por exemplo, estão sempre no remediar o problema, como mais policiais, mais presídios, mais armas e quase nunca investimentos preventivos para diminuir o nº cada vez mais crescente de pessoas que recorrem ao crime, que são mais baratos, porém mais trabalhosos e menos visíveis do ponto de vista da resposta à opinião pública ) deixando o Compromisso com qualquer causa, assim como o COMO FAZER e o PORQUE FAZER num plano esquecido. E quem perde com isso somos todos nós, que sem planejamento, vamos nos atropelando e buscando matar um leão por dia, sem sobrar tempo para pensar o que é realmente importante, sem ter tempo de medir atos e conseqüências, assim, canibalizando a sociedade e estrangulando cada vez mais às opções para um futuro melhor. Já dizia Lincoln, o grande estadista americano, que, em tendo 8 horas para derrubar um árvore, gastar 6h afiando o machado. Pois é, estamos cegos, carregando machado na cintura e tentando derrubar a árvore na base de chutes e pontapés, para depois usar a madeira não se sabe (talvez para fazer cadeiras que continuarão vazias) e sem pensar em que plantar no lugar.

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