Holanda X Brasil: A tartaruga e a lebre


Holanda X Brasil: A tartaruga e a lebre


A velha fábula da tartaruga e a lebre, serve para exemplificar o que aconteceu durante o jogo das quartas de final entre Brasil e Holanda que, basicamente refere-se à manter atenção durante todo o período em que uma disputa se dá e nunca dá-la por vencida antecipadamente em função da inferioridade dos adversários.


Ressalto essa inferiodade pois, assim como no caso da corrida da lebre e da tartaruga, as diferenças entre a qualidade do futebol de Brasil e Holanda são indiscutíveis, tendo como premissa todo o primeiro tempo onde o Brasil anulou totalmente a Holanda e o casuísmo do primeiro gol da Holanda acontecido de forma despretenciosa e não intencional mas que, justamente por isso, desestabilizou o emocional da equipe brasileira, assim como a lebre da fábula se vê desesperada quando percebe ter dado vantagem demais à um adversário mais fraco (no caso a tartaruga) o que acabou comprometendo uma vitória fácil e mais justa, quando o que se estava em jogo, era medir a velocidade de ambas, entretanto, assim como na fábula, onde o que se exalta é a vitória de uma disputa e a perserverança da tartaruga, também no futebol o que vale é o resultado.


Digo isso pois, mal acabado o jogo, como de modo habitual em nosso país e nossa cultura, já começamos à encontrar culpados para a derrota na partida, muitas vezes enaltecendo os supostos valores da tartaruga (Holanda) e desmerecendo a indiscutível superiodade da lebre (Brasil), ou seja, em vez de aprendermos a lição e valer-mo-nos de nossa superiodade e qualidade sempre na vida e nas relações sem deixar que essa superiodade inicial comprometa nossa atenção e dedicação e consequentemente o objetivo final, nós brasileiros de um modo geral, continuamos focados na derrota, no casuísmo, na exaltação do que vem de fora, contribuindo assim para a manutenção de um modus vivendi de alta performance, mas com baixa auto-estima, focado em valores diferentes dos exigidos para cada situação e assim, reféns da frustração constante e de um futuro que nunca chega e que, quando chega, é decepcionante.


Lógico que esse sentimento e essa cultura não são frutos do acaso, mas estimuladas ininterruptamente, de forma subliminar pelos meios de comunicação de massa para que reproduzamos esse sentimento derrotista, voltando nossos conflitos internamente (o chamado fogo amigo) dividindo-nos, o que facilita o ataque estrangeiro que mantem-se unido. (não foi exatamente isso que ocorrreu durante o jogo? Depois do gol, o Brasil deixou de ser um time compacto, uno, e virou um cada um por si?)


Ontem (02/07) ao chegar em casa a noite, ao ligar a TV no programa Central da Copa da Rede Globo, vi claramente esta maquinação subliminar em ação. Enquanto apresentadores e comentaristas da Rede Globo se faziam de isentos, era dado espaço à todo uma gama de ataques desprestigiosos à seleção brasileira e principalmente ao técnico Dunga (que ousou peitar a Vênus Platinada) por parte de uma atriz global e do boneco de ventríloco“Louro José” da Ana Maria Braga, induzindo os telespectadores ao mesmo pessismismo em relação à nossa atuação e capacidade.


Fatos como esse que vendem-se como se fossem uma indignação emocional do torcedor, em verdade é parte de uma trama muito bem articulada para sempre colocar brasileiro contra brasileiro, diminuindo nosso valor e nossa união e, consequentemente reforçar a idéia de que o outro é sempre melhor e mais preparado que nós, de maneira à condicionar a cabeça do cidadão à submissão aos interesses estrangeiros, tidos sempre como possuidores das melhores alternativas para os nossos problemas.


Sendo assim, não é de estranhar que, estimuladas por esse tipo de propaganda ideológica da TV e outros meios de comunicação, que muitas vezes brasileiros se indignem com a postura do presidente Lula que coloca o Brasil numa posição de igual para igual nas discussões internacionais ao invés de se submeter aos interesses dos Estados Unidos e Europa, assim como há que ache o máximo quando o candidato ao governo do Estado de São Paulo, Geraldo Alckimin viage até as universidades americanas para que seus intelectuais lhe digam o que é melhor para o Brasil e para os brasileiros.


Somos e sempre seremos os melhores, o país mais abençoado e rico do mundo, o que precisamos é não nos entregarmos diante de pequenos tropeços no caminho que são inevitáveis, mas mantermos a calma, o empenho, a atenção e o foco em nossos objetivos e assim seremos imbatíveis.


O Brasil e os brasileiros, assim como a lebre, não perdem para as tartarugas do mundo, mas somente para si mesmos


Franklin Maciel


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