Desde que a vi


Desde que a vi

Feito menino travesso que no meio da noite sobe a jaboticabeira

Para roubar seus frutos

E descobre encantado, lá do alto, as estrelas

Ao encontrar seus olhos-jaboticabas

Senti na alma o gosto doce do amor,

despretensioso como brincadeira

E o homem dolorido que havia em mim

voltou a ser menino e a sorrir sem medo


Fez-se o mundo tão leve com a sua presença

Que os ombros achatados por cobranças

puderam enfim descansar e experimentar a vida como contemplação

E cada cor teve um novo sentido

e cada som foi música aos meus ouvidos


Há em você uma beleza que extasia

por ser singela e simples

como uma flor que não precisa dizer nada

Para perfumar o dia com alegria e esperança


Há em você uma força que não precisa se impor

Para se fazer valer

Espontânea e natural como as correntezas

E deixo-me levar nas suas águas por seu destino de mar


Ah, qual vento bom trará você de volta à mim?

Como os náufragos lançam garrafas ao mar levando suas esperanças

Lanço meu coração aos céus e por todos os cantos da esfera

Na esperança de te re encontrar e mergulhar nos seus braços


É você a mulher que procuro pela vida inteira

É por você que todos os desafios valeram a pena!


Dá-me tua mão e vem comigo pelo infinito

Dá-me teu coração e saciarei sua fome de amor

E tudo será como sempre devia ser

almas gêmeas que a vida junta

e nem a morte separa


Frank Maciel

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