O Contra-cheque ou Amor Capitalista

O Contra-cheque ou Amor Capitalista

Tudo era muito bonito
As viagens, os planos, as flores
E lá estava o contra-cheque ao fim do mês
Como fiança à tanto amor

Os pequenos desentendimentos,as brigas,
As discussões de relação
Logo eram remediadas com bombons
Já se falava até em casamento
E lá estava ao fim do mês o contra-cheque
Com seus números cativantes
Mais “românticos” que qualquer poesia

Mas um dia ele não veio
Em seu lugar, como ordem de execução,
Lá estava fúnebre, uma carta de demissão

Os sorrisos foram mareando
As piadas ficando sem graça
A paciência esgotando
As dores de cabeça constantes na hora do sexo
Até que todo aquele amor
Cantado em prosa e verso se acabou

Aos amantes pouco sobrou
A página de suas histórias foi arrancada
Em seus corações ficou um vazio sem saudade
Como uma nódoa de mágoa
Que, tal um câncer vai matando por dentro

E o amor, vai ficando cada vez mais desacreditado
Pelos humores do mercado.

Franklin Maciel

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