30.11.2007 fonte:globonews

Maconha provoca danos ao organismo


Uma pesquisa feita com pessoas que fumam cigarros de maconha mostrou os efeitos da droga no organismo, mesmo depois de um período sem consumo. A perda de memória e distúrbios graves no sono são algumas das conseqüências.

Uma pesquisa feita com pessoas que fumam cigarros de maconha mostrou os efeitos da droga no organismo, mesmo depois de um período sem consumo. A perda de memória e distúrbios graves no sono são algumas das conseqüências.

Ele está com 25 anos de idade. Durante 11 anos, fumou cigarros de maconha todo dia. Agora, está em uma eterna luta para recuperar o que perdeu. “Eu não lembrava de coisas que eu tinha acabado de fazer. Eu não conseguia me lembrar da matéria que eu tinha acabado de estudar”, conta o jovem.

A pesquisadora norte-americana Karen Bolla, a primeira a demonstrar que a maconha pode causar danos permanentes no cérebro, estudou o que acontece quando o dependente fica sem a droga. Karen veio ao Brasil mostrar as conclusões de sua última pesquisa.

Depois de quase um mês de abstinência, o organismo de quem costumava fumar pelo menos 50 cigarros de maconha por semana, apresenta:

- Perda de memória;
- Dificuldade de expressão;
- Falha na coordenação motora.

A doutora Karen disse que 80% dos usuários que tentaram largar o vício tiveram problemas com o sono. E quando essas pessoas conseguiam dormir, tinham pesadelos. Acordadas, apresentavam nervosismo, ansiedade, perdiam o apetite e emagreciam.

A pesquisadora conclui: “Maconha não é inofensiva como algumas pessoas pensam. Poucas doses podem causar sérios problemas, especialmente nos jovens.”

Os médicos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, que trouxeram a pesquisadora americana para o Brasil, dizem que o resultado do estudo pode ajudar no desenvolvimento de técnicas que auxiliem os dependentes a abandonar a droga. E isso é importante, porque, segundo eles, tratar da abstinência à maconha, hoje, não é fácil.

Para o neuropsicólogo Paulo Cunha, os pacientes confundem as conseqüências do vício com sintomas de outras doenças. Com a pesquisa, ficou mais fácil tirar a dúvida e definir o tratamento.

“Essa pesquisa vai auxiliar tanto nas técnicas psicológicas de terapia como também nas técnicas farmacológicas, ou seja, em pensar em remédios que possam atuar nessas regiões cerebrais e auxiliar na recuperação disso com o tempo mais breve possível”, conclui Cunha.

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