Alcoolismo compromete saúde física e mental

Fonte: Jornal da Manhã/Saúde/MG
29/05/07

A estratégia do governo é formada por 30 ações e visa prevenir o abuso da bebida e garantir o tratamento para dependentes

No Brasil, uma pesquisa da Secretaria Nacional Antidrogas mostrou que 12,3% das pessoas com idade entre 12 e 65 anos têm dependência do álcool e 75% já beberam pelo menos uma vez na vida. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 2 bilhões de pessoas consomem bebidas alcoólicas em todo o mundo.

Dados como esses foram relembrados por ministros e representantes do governo, que lançaram, depois de quatro anos de discussão, a Política Nacional sobre Álcool, no dia 23 deste mês, no Palácio do Planalto.

A estratégia do governo é formada por 30 ações e visa prevenir o abuso da bebida e garantir o tratamento para dependentes. As medidas são divididas em quatro blocos: legislação, educação, restrição da propaganda e assistência para dependentes. Embora ampla, a política não faz referência à forma como tais ações devem ser conduzidas. Além disso, não traz metas, prazos nem a lista de recursos necessários para sua execução.

O problema. O alcoolismo é uma doença crônica, caracterizada pela dependência da ingestão de álcool. "A primeira doença do álcool é a social; causa perda de emprego e desentendimentos familiares. O alcoolismo geralmente é derivado de um desequilíbrio psíquico, de uma insatisfação pessoal, de dificuldades em se compor com a vida moderna", explicou o médico clínico geral Samir Cecílio.

O médico ressaltou que os dependentes podem sofrer com alterações psíquicas, como alucinações, insônia, perda de memória, distúrbios de comportamento e mudança de humor. Além disso, a saúde física é comprometida.

"O álcool causa degeneração no sistema circulatório, veias e artérias e, conseqüentemente, no coração. É prejudicial, também, aos rins e, principalmente, ao fígado, causando a cirrose", informou Cecílio.

A cirrose é uma degeneração do fígado. "Ela pode causar a morte, mas, se detectada a tempo, pode ser remediada e curada. O fígado é um órgão sensível ao tratamento, ou seja, mesmo que a degeneração esteja afetando 70% a 80% do órgão, os 20% conseguem se recompor. Só que o tratamento é predeterminado e longo", esclareceu o médico. O consumo abusivo de álcool também pode levar à impotência, infarto, derrame cerebral, elevação da pressão arterial. "E nas mulheres grávidas, o feto pode ser prejudicado. O filho deixa de receber o que deveria, podendo nascer com deficiência e até deformidades" , advertiu.

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