O Adolescente, a violência e o consumo de drogas

* Franklin Maciel
Presidente do Conselho Municipal Antidrogas (Comad) de São José dos Campos

Pesquisa realizada na cidade de São José dos Campos, numa parceria entre a Prefeitura, Conselho Municipal Antidrogas (Comad) e Ilanud (Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente), sobre o “Dia-a dia nas Escolas” aplicado em 1.255 adolescentes da região Norte da cidade,com idades entre 11 e 18 anos das 7ª, 8ª do ensino fundamental e 1ª, 2ª e 3ª séries do ensino médio, como parte integrante do Programa “ De Olho na Vida – São José Sem Drogas”, revelou e confirmou algo que há muito vem sendo discutido: O consumo cada vez maior de drogas lícitas (álcool e cigarro) entre adolescentes.
Os dados ficam ainda mais preocupantes quando se observa que mais da metade dos pesquisados (53,24%) já haviam, ao menos uma vez, ingerido bebidas alcoólicas, dos quais, 26,38% declararam consumo regular e ocasional e 12,62% já admitem ter o habito instalado.
No caso do cigarro (tabaco), os números também mostraram-se acima da expectativa, com 32,28% dos entrevistados já terem experimentado e 7,54% já tendo o hábito instalado e outros 11,84% caminham também para a dependência.
Entre as ilícitas, destaca-se o consumo de maconha, onde 11,07% declaram ter feito uso ao menos uma vez e 7,03% costumam consumir freqüentemente.
A pesquisa também revelou a relação direta entre violência, carência de fatores de proteção e, principalmente, uma dificuldade acentuada de socialização mínima entre os pares com o consumo de drogas.
Fica também latente que as drogas legalizadas são o grande problema à ser enfrentado entre outros fatores por: facilidade de acesso (praticamente se encontra um ponto de venda em cada esquina), baixo custo, fiscalização ineficiente, cultura condescendente e até indutiva ao consumo, principalmente, em relação ao álcool, onde a família e círculo próximo de amizades são o principal foco de estímulo ao uso, amiúde por ignorância das conseqüências dos efeitos.
A ociosidade, a falta de preparo para lidar com situações adversas, baixa auto-estima, insegurança em relação ao futuro, e a quebra da identidade cultural, com a continua desestruturação de valores morais, o desaparecimento gradual de “ritos de passagem” para a vida adulta, tem contribuído e conduzido os adolescentes e, posteriormente, a próxima geração de adultos à adotarem o álcool, cigarros e outros comportamentos de risco com alternativa a toda a ansiedade, assim como rito de passagem para a vida adulta.
Prova disso são os números muito próximos entre o consumo entre os gêneros masculino e feminino, numa universalização bizarra da sociedade de radicalização do individualismo e quebra dos códigos sociais e morais.
Idéias como a da descriminalização de maconha e outras drogas ilícitas, mostram-se, portanto como extremamente perigosas no que tange à saúde pública e social, uma vez que é nítida que a legalização estimula o consumo.
É preciso que a sociedade se conscientize e se mobilize com vistas à, não só discutir questões como qualidade de vida universalizada, mas, principalmente tomar ações definitivas para que a mesma se concretize, antes que nos vejamos diante de um colapso social que se mostra cada vez mais presente.
Qualidade de vida já!

Comentários

Anónimo disse…
Fantastico!Meus parabens por essa nobre iniciativa de expor suas ideias!
Ja esta indicado!
Boa sorte nessa jornada